Coluna Fatos e Versões com Rodrigo Silva Fernandes -07/05/2025
gazetadevarginhasi
7 de mai.
8 min de leitura
Repercussão
A nota da Coluna relatando contratação da Fundação Cultural de Varginha, sem licitação, no valor em torno de R$ 54 mil continua trazendo dor de cabeça para a direção da Fundação. Os muitos gastos e gestão de milhões em recursos públicos, principalmente os originados de leis de incentivo, trazem grande transtorno à Fundação Cultural. Isso porque os produtores culturais atendidos por tais recursos são dos mais barulhentos e pertencem muitas vezes a partidos e movimentos de esquerda, que mesmo sem união interna, atuam juntos para fiscalizar e “cada qual retirar seu naco” dos milhões destinados à Cultura. Somado a burocracia que implica cada distribuição de recurso setorial, o processo todo se torna uma bomba! Por essas e outras razões, a Fundação Cultural de Varginha deveria já possuir um regulamento com regras claras e objetivas para contratações, padrões de atuação e outras normas para tratar com o recurso público que istra. Todavia, como sabemos que as regras mudam de acordo com “os envolvidos, o governo da vez e mesmo a picuinha de cada produtor quando dos problemas a serem enfrentados”, exatamente por isso, o comando da Fundação Cultural vai continuar enfrentando desafios, seja quem estiver no comando da Fundação Cultural.
Segurança no Campo: Vai ficar apenas no debate?
A Câmara Municipal de Varginha promoveu uma audiência pública que teve como foco a segurança no meio rural. A iniciativa foi proposta pelo vereador Thulyo Paiva e reuniu autoridades civis, militares e representantes de diversos segmentos da sociedade ligados ao campo, com o objetivo de discutir ações e soluções para o combate ao crime rural no município e região. A segurança no campo é uma pauta urgente, especialmente para Varginha, que está entre as maiores exportadoras de café do Brasil. Em um momento em que o café está com o preço em alta no mercado internacional, garantir tranquilidade e segurança ao produtor rural é também uma forma de proteger nossa economia e manter a competitividade da nossa região. Embora o debate sobre o tema tenha sido rico e diverso, parece que nenhuma medida concreta ou projeto resultou do debate, o que não é bom! Seria importante que as forças policiais pudessem oferecer, por exemplo, algum tipo de treinamento ou orientação específica de segurança no campo para os produtores, bem como construir redes de comunicação constante dos agricultores e as polícias para permitir respostas rápidas quando necessário. Além disso, seria importante que pontos estratégicos das estradas rurais tivessem câmeras de vídeo monitoramento, a exemplo do que existe na cidade. Além disso, também seria importante que a polícia/guarda municipal tivesse postos avançados nas saídas e entradas da cidade, ainda mais em regiões como a Vargem, que concentra o caminho para as principais propriedades rurais. O vereador Thulyo Paiva, em parceria com entidades como Cooperativas, Faemg e Sindicatos Rurais, etc poderia dar continuidade neste trabalho, para que a preocupação com o campo não fique apenas no campo do debate, mas que se tenha ações e projetos concretos em favor e proteção de quem emprega e produz!
Variedade e criatividade
Os muitos projetos e propostas apresentadas no Legislativo municipal nesta nova legislatura tem demonstrado que houve um ganho de criatividade e variedade de ideias com a renovação legislativa. Com a chegada de novas lideranças no Legislativo, originadas das mais diversas classes sociais e setores profissionais tivemos um enriquecimento no debate, claro que sempre surgem ideias mirabolantes, o que faz parte do debate, mas agora temos visto no Legislativo ideias inovadoras que não se viam quando da mesma classe costumeira de vereadores tradicionais dominavam o plenário. Não sabemos se a riqueza de debates e criatividade nas soluções vai continuar. Mesmo porque, para os muitos novatos chegados à Câmara e os diversos vereadores que estão a rodar a cidade ouvindo a população, pela experiência de outras legislaturas, devem parar com a escuta ativa da população em algum momento e voltaríamos à mesma forma de legislar do ado. Mas até aqui, está sendo produtivo ver a atuação do Legislativo municipal.
Nos braços do povo
O evento público da Prefeitura de Varginha para comemorar o Dia do Trabalho no dia 30 de abril com show dos sertanejos Cesar Menotti e Fabiano foi um sucesso! O evento reuniu milhares de pessoas no Centro de Eventos da Prefeitura de Varginha, local que vem apresentando bons resultados na realização de eventos públicos. O prefeito Leonardo Ciacci esteve na festa onde andou pela multidão (fazendo o teste de popularidade) e aparentemente sendo aprovado pelos eleitores. A lua de mel entre o povo e o novo governo parece ainda estar durando, tendo em vista as ações e decisões da istração. Mas isso não significa que Ciacci não terá problemas futuros e sim que o atual governo está fazendo tudo certo para evitar desgastes e problemas desnecessários. Talvez contagiado pelo resultado positivo dos eventos públicos populares realizados no Banho da Doroteia e agora no dia 30 de abril, o Governo Municipal já anunciou que vai realizar a Feira da Paz em agosto de 2025 e divulgou as atrações deste ano. Raça Negra, Edson e Hudson e Clayton e Camargo vão protagonizar os principais shows da Feira da Paz nos dias 01,02 e 03 de agosto. Por certo que caberá ao governo fazer uma gestão do evento para garantir que, a exemplo do ado, a Feira da Paz dê lazer e entretenimento ao povo, auxilie entidades filantrópicas da cidade, tenha segurança garantida à população e, claro, que o evento dê lucro e não signifique gastança do município com festas, diante da necessidade de investimentos na saúde, educação etc. Ou seja, não será fácil!
Correndo na frente...
Pelas movimentações locais dos possíveis candidatos a deputado em 2026, parece que o ex-prefeito Vérdi Melo está correndo sozinho em Varginha. Isso porque não se tem notícia de outros nomes atuando na cidade com foco em 2026. O deputado estadual Cleiton Oliveira (PV) ou mesmo o vereador Dudu Ottoni, que são apontados como candidatos em 2026, parecem não ter a mesma agenda intensa de contatos com lideranças populares e viagens que Verdi, além dos conteúdos digitais em redes sociais. Dudu Ottoni tem se limitado ao envio de mensagens em redes sociais e encontros com o seu eleitorado tradicional. Já Cleiton Oliveira não tem participado de muitos eventos ou ações na cidade, focando em atividades em outras cidades onde abriu frentes de apoio. É muito possível que o União Progressista - UP, formado pela união do Partido Progressista e o União Brasil lance também candidato a deputado estadual na cidade. Outras legendas também estudam lançar candidato em 2026, mas exceto Verdi Melo, os demais parecem estar parados esperando decisões nacionais das legendas que devem debater sobre novas uniões partidárias e fusão de legendas. A conferir!
Uniões e fusões entre partidos
vão mexer com o poder político no Brasil e
mudar o jogo eleitoral das eleições de 2026
Legendas se unem para sobreviver e aumentar cacife político, mas a acomodação de lideranças regionais e conciliação de estrutura partidária são desafios ainda em negociação pelos caciques nacionais e estaduais. Até o fim deste ano, quatro partidos de centro-direita que comandam boa parte do Congresso, dos estados e dos municípios brasileiros arão por mudanças profundas em suas estruturas por conta da construção de fusões partidárias ou federações (união temporária entre duas ou mais legendas). O União Brasil, criado em 2021 a partir da fusão entre DEM e PSL, vai formar uma federação com o Progressistas (PP). O PSDB, que chegou a presidir o país por oito anos, vai ar por uma fusão com o Podemos. Na prática, o efeito é parecido: os partidos, agora funcionando como um só, vão ficar "mais fortes", o que pode significar várias coisas, como, mais dinheiro para campanhas, mais espaço na divisão de emendas, maior espaço para relatar projetos e presidir comissões no Congresso; e maior tempo de TV e rádio nas eleições de 2026. Apesar disso, o momento político desses quatro partidos não é o mesmo – e entre uma fusão e uma federação, há diferenças importantes. A "União Progressista" (UP) — nome da federação partidária entre PP e União Brasil — vai se tornar um gigante partidário. Terá o maior número de deputados, senadores e prefeitos no país, por exemplo. A possível fusão do "PSDB+Podemos", ainda sem um nome oficial definido, tem enfrentado cenários opostos. Enquanto os tucanos minguaram nas últimas eleições e viram seus quadros mais tradicionais migrarem para outras legendas, o Podemos tem registrado crescimento nas eleições federais e municipais. Mas o desempenho eleitoral está longe de dar segurança às siglas. Isso porque os números estão próximos dos limites necessários para superar a cláusula de barreira e garantir tempo de rádio e TV, e financiamento mensal dos partidos. Na prática, a avaliação é que as siglas estão "se juntando para não desaparecer". Em alguns países é permitida a candidatura avulsa, sem a necessidade de filiação a partidos políticos, uma opção descartada pelas atuais lideranças partidárias nacionais, que mesmo vendo o desgaste das legendas junto aos eleitores, não querem enfraquecer os partidos e suas grandes e onerosas estruturas montadas pelo Brasil e financiadas com recursos públicos.
Sai Boa, entre VEC: E o que o esportista local ganha?
A coluna já comentou em diversas ocasiões sobre o perverso relacionamento que foi se construindo entre o Boa Esporte e a istração Municipal no longo período em que o time ficou sediado em Varginha. O Boa chegou em Varginha após deixar a cidade de Ituiutaba, por não ter um estádio próprio, o que é um fator importante para os times que desejam crescer. A relação do Boa Esporte e a Prefeitura de Varginha começou bem, com as pessoas lotando o estádio, o nome de Varginha despontando com as vitórias do Boa e muitos jovens sonhando com o esporte e tendo o time como apoiador do esportista local. Mas a relação infelizmente não se manteve assim! Ao longo das muitas gestões municipais que aram, o Boa Esporte praticamente “privatizou o estádio municipal, alugando a estrutura para outros jogos como se dona do estádio fosse”. A Prefeitura de Varginha ou a destinar altas somas de recursos públicos de forma direta ou indireta para o Boa Esporte, causando desconforto e desequilíbrio de aporte público em outras modalidades. Além disso, o esportista local não tinha mais apoio do Boa e poucas foram as oportunidades que o time deu aos atletas locais. Com a relação desgastada com a população de Varginha e suas autoridades municipais, o Boa começou também a perder as competições e tudo terminou com a volta do time para Ituiutaba, onde agora o time privado conclui a obra de construção de seu estádio, graças ao recurso (inclusive público municipal) que ganhou em Varginha. Com este histórico conturbado, que esperamos ter sido educativo, o governo municipal começa a negociar novamente apoio a outro time, desta vez o Varginha Esporte Clube – VEC. Pelo menos, desta vez, um time legitimamente local! O presidente do VEC, Thiago Vergueiro e o prefeito Leonardo Ciacci, am um Termo de Compromisso com a finalidade de colaborar com o governo para a disputa do Campeonato Mineiro Módulo II. A equipe vai utilizar a estrutura pública do município, como o estádio (Melão, por exemplo).
Sai Boa, entre VEC: E o que o esportista local ganha? - 02
Thiago Vergueiro afirma que o VEC retorna a Varginha com uma nova formação de atletas e com a novidade que será a inclusão do futebol feminino de base. A existência de um time local é importante para fomentar o esporte local, dar oportunidade aos atletas, movimentar a economia e divulgar a cidade. Mas será mesmo que a Prefeitura de Varginha aprendeu a negociar? Será que teremos um time para nos dar orgulho, trazer vitórias para a cidade e para os atletas ou teremos um “caso Boa Esporte 2”? Esperamos que o prefeito Ciacci saiba que as estruturas públicas como o estádio Melão são da população e precisam estar liberadas para todos os atletas e para outras modalidades de esportes. Os times podem e devem receber apoio público, mas não devem viver e depender exclusivamente dele para sobreviver. Os atletas locais precisam ser prioritários, sobretudo para os times que eventualmente receberem recursos públicos locais. Tomara que, desta vez, o governo tenha aprendido a lição! Vamos ficar de olho!