Maracanazo, Olimpíadas e Senna: relembre grandes coberturas de Léo Batista
gazetadevarginhasi
21 de jan.
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Léo Batista, que faleceu no domingo (19) aos 92 anos, foi uma das figuras mais emblemáticas do jornalismo esportivo brasileiro, com uma carreira que se estendeu por mais de seis décadas e o consolidou como uma verdadeira lenda da comunicação.
Ele se destacou principalmente na cobertura de grandes eventos esportivos, como Copas do Mundo, Olimpíadas e corridas de Fórmula 1, e se tornou uma voz imortal para milhões de brasileiros que acompanharam suas narrações
““Em 1950, um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi a cobertura da derrota do Brasil para o Uruguai, por 2 a 1, na última partida da Copa do Mundo daquele ano, que ficou conhecida como o "Maracanazo".
Na época, Léo Batista trabalhava na Rádio Difusora de Piracicaba, no interior de São Paulo, e já dava sinais de sua futura notoriedade no jornalismo esportivo. Ele estava no Maracanã naquele fatídico dia, quando a seleção brasileira perdeu o título mundial de forma inesperada.
“O grande salto de Léo Batista, porém, veio quando ele se uniu à equipe da Globo, onde se tornaria um dos maiores nomes do jornalismo esportivo brasileiro.
Na televisão, além de comandar importantes programas e noticiar eventos históricos, ele esteve em coberturas de eventos esportivos internacionais de grande porte.
Em 1972, Léo foi um dos principais membros da equipe que cobriu a Olimpíada de Munique, a primeira a ser transmitida ao vivo via satélite, uma revolução na forma como o mundo assistia aos jogos. Como âncora da cobertura, ele trabalhou ao lado de outro grande nome do esporte, Luciano do Valle, e foi responsável por uma das notícias mais dramáticas de sua carreira: o atentado terrorista realizado por um grupo palestino, que resultou na morte de 11 integrantes da delegação de Israel.
Esse episódio ficou marcado na história não só das Olimpíadas, mas também do jornalismo.“
Léo Batista teve uma longa trajetória, acompanhando 14 edições de Olimpíadas, desde Munique 1972 até Paris 2024, sempre com uma presença marcante e uma abordagem que combinava seriedade e emoção. Seu trabalho na Globo lhe conferiu uma visibilidade imensa e consolidou sua reputação como um dos maiores nomes do jornalismo esportivo do país.
Além disso, ele também foi pioneiro em outras áreas, como narrador de Fórmula 1, sendo o primeiro a assumir essa função na Globo, e também como a primeira voz de transmissões de campeonatos de surfe no Brasil, um esporte que também conquistaria espaço nas telinhas.“
Outro momento inesquecível de sua carreira foi em 1994, quando ele anunciou, com grande pesar, a morte do piloto Ayrton Senna, um dos maiores ícones do esporte brasileiro.
A dor e a emoção de Léo Batista na ocasião foram compartilhadas por milhões de brasileiros, que sentiram junto com ele a perda de um herói.“
Em um documentário sobre sua carreira, "Léo Batista, A Voz Marcante", o jornalista fez questão de afirmar com humor e humildade: “Eu não fiz a vida inteira narrando golzinho de futebol. Eu fiz muita coisa importante”.
Essa frase resume bem a trajetória de Léo Batista, que sempre se dedicou a cobrir eventos e histórias de grande relevância, deixando um legado duradouro no jornalismo esportivo brasileiro.“
Léo Batista não foi apenas um jornalista; ele foi uma voz que se tornou sinônimo de momentos históricos do esporte e um exemplo de profissionalismo, seriedade e competência no jornalismo.
Sua contribuição à comunicação brasileira será sempre lembrada, e sua falta será profundamente sentida por todos que acompanharam sua carreira brilhante.